Na capital, a sua morada mais efectiva foi a casa amarela do nº 193 na Rua de São Bento. Foi aí que Amália Rodrigues viveu mais de meio século. As memórias que guarda ajudam a recordá-la de forma mais intensa. Os grandes ramos de flores que ofereciam à grande Amália continuaram a chegar mesmo depois de ter partido. E, apesar das remodelações entretanto feitas pela Fundação Amália Rodrigues, muito conserva o aspecto que Amália lhe deu.
Amália Rodrigues nasceu em Lisboa, no Bairro de Alcântara, no dia 1 de Julho (data em que fazia questão de festejar o seu aniversário natalício, apesar do registo de nascimento consta o dia 23 de Julho de 1920). Tempo muito difíceis vivia então Portugal acabado de sair da Primeira Guerra Mundial que muitas complicações trouxe à vida política, económica e social portuguesa.
Nove anos mais tarde, inicia a frequência da Escola Primária da Tapada da Ajuda, onde fez a sua instrução primária.
Aos 14 anos, trabalhava como bordadeira, engomadeira e tarefeira. Um ano depois, isto é, com quinze anos, desfilou na Marcha de Alcântara e cantou pela primeira vez, acompanhada à guitarra, numa festa de beneficência.
Aos 18 anos, representando o Bairro de Alcântara participou no Concurso da Primavera. No ano seguinte, início da Segunda Guerra Mundial, estreou-se como fadista no “Retiro da Severa”.
No período final da Guerra, tem a sua 1.ª saída para o estrangeiro. O destino é o Brasil. Previa-se que estivesse lá seis semanas, mas acabou por estar três meses, tendo actuado no Casino de Copacabana (Rio de Janeiro).
No Brasil gravaria, em 1945, os primeiros dos 170 discos da sua carreira