VIAJANDO NO TEMPO...e no espaço!

Outubro 29 2009

 

TORRE DE VALE DE TODOS

 

Brasão: escudo de azul, torre de prata aberta de vermelho; nos cantões, dois besantes de ouro e, em campanha, ramo de oliveira de ouro, frutado de prata, posto em faixa. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «TORRE de VALE de TODOS».
Bandeira: branca, com cordão e borlas de prata e azul e haste e lança de ouro.
 
         APONTAMENTO HISTÓRICO
 
Até ao início do século XIX constituiu o couto de Vale de Todos.
O 1.º documento conhecido que refere o nome desta freguesia, data do reinado de D. Afonso Henriques (1162) tempo de luta entre Cristãos e Muçulmanos (Reconquista Cristã), nesta região da Ladeia, onde haveria uma torre de defesa avançada de Coimbra (como aconteceu noutras localidades vizinhas), então a cidade capital do reino em formação.
O seu nome, muito provavelmente, veio da existência dessa mais que provável Torre defensiva. Tratando-se de uma elevação natural do terreno, na parte Sul da Ladeia, esta probabilidade ganha grande credibilidade, apesar de não se encontrar nos arredores da povoação qualquer vestígio dessa construção, a não ser no próprio nome da povoação.
Aquando do seu povoamento, há o registo da Quinta de Vale de Todos que o Chantre de Coimbra, João Joanes, doou à Sé de Braga. Pertenceu, sucessivamente, a Penela, ao termo de Coimbra e, muito mais tarde, ao concelho de Ansião.
A sua população vive, sobretudo, da actividade agrícola: produção de cereais, azeite, vinho, criação de gado e produção de queijo (integra a zona demarcada do famoso Queijo do Rabaçal.
 
 Área envolvente à Igreja da Torre de Vale de Todos
 
Na sede da freguesia da Torre de Vale de Todos, é local obrigatório de visita a Igreja Paroquial. Dedicada a Nossa Senhora da Graça, a Igreja que se supõe de fundação quinhentista, foi sendo alterada ao longo dos séculos. O seu interior é de uma só nave, coberta por um tecto de três planos. Mas a sua maior preciosidade é a escultura de Nossa Senhora da Graça, de meados do séc. XVI.
Em pedra de Ançã, policromada, esta peça de grande valor artístico é da autoria do grande Mestre conimbricense João de Ruão, e já tem saído para exposições de nível nacional e internacional.
Ainda no interior da Igreja, merece igualmente a atenção do visitante, a escultura em pedra quinhentista da Santíssima Trindade (no Altar-Mor); e as Imagens seiscentistas, também em pedra, de São Gregório e Santo António.
O traçado rural das ruas e as habitações humildes da parte antiga da povoação são outro atractivo do lugar da Torre, donde se tem uma vista panorâmica bastante agradável sobre terras do concelho e fora dele.
 
 Igreja de N.ª Sr.ª da Graça (Matriz)
 
A Igreja de Nossa Senhora da Graça é um encanto, pela beleza dos seus espaços e imagens e já aparece mencionada nas Memórias Paroquiais de 1758.
A fachada principal tem a data de 1749 inscrita no friso da igreja, referente a uma grande remodelação que descaracterizou o primitivo templo. A actual igreja é de origem quinhentista: segundo a inscrição gravada no intradorso do arco cruzeiro, e terá sido mandada fazer por João Domingues, da Torre, na era de 1536 com auxílio do povo.
O interior é de uma só nave, com cobertura em madeira a três planos, tendo pintada no tecto, ao centro, a imagem de Cristo. Do lado esquerdo, abre-se uma pequena capela (antigo baptistério) onde estão colocadas na parede duas pedras com as inscrições “1613” e “ALMAS DO / [PURG]ATORIO / [PAD]RE NOSSO”.
Segue-se o púlpito de base quadrangular assente em mísula com balcão entalhado e com efeitos marmoreados. Abre-se outra capela (actual baptistério) onde apenas se encontra a pia baptismal ao centro e uma imagem de vulto quinhentista da Santíssima Trindade na parede.
No lado direito, está a bonita capela do Sagrado Coração de Jesus com retábulo de talha dourada e policromia, profusamente decorado com motivos vegetalistas e volutas onde se sentam anjos. Os retábulos, datados do século XVIII, foram restaurados em 1990. Os altares que ladeiam o arco triunfal ostentam retábulos com arquivoltas de colunas espiraladas onde se entrelaçam folhas de videira e aves do paraíso. O altar do lado direito guarda a imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Graça, e é atribuída a João de Ruão que a terá esculpido em 1537. A Capela-mor tem retábulo e decoração semelhante à dos altares colaterais.
 
 Igreja Matriz da Torre de Vale de Todos
 
 Bonita imagem de Nossa Senhora da Graça do escultor João de Ruão
 
Esta linda imagem de Nossa Senhora da Graça é obra do mestre conimbricense João de Ruão, esculpida há quase 500 anos a troco de 5$000 réis (importância bastante avultada para a época). A imagem é feita em pedra de Ançã e pesa 15 arrobas. Esta Nossa Senhora da Graça da Torre de Vale de Todos é uma cópia da de Nossa Senhora da Esperança que acompanhou Pedro Álvares Cabral ao Brasil e que está guardada na Igreja da sua terra natal, Belmonte. Tem os mesmos elementos. Há, no entanto, uma diferença: a escultura de Belmonte retrata uma imagem de mulher com feições bem vincadas, enquanto que Virgem da Torre de Vale de Todos nos dá a impressão de uma mulher ainda muito jovem.

 

publicado por viajandonotempo às 09:00

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