VIAJANDO NO TEMPO...e no espaço!

Setembro 30 2009

 

A 2.ª Guerra Mundial terminou há 64 anos
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A história humana do nosso planeta está profundamente marcada pelo fenómeno da guerra. Desde a invenção da escrita, há cerca de 6 mil anos, se adicionarmos apenas os anos em que houve paz, não ultrapassaremos seguramente os 3 séculos; ou seja 57 séculos de guerra para apenas 3 de paz!
Este número deve fazer-nos pensar, nos motivos que os homens arranjam para estarem, quase permanentemente, a cogitar na eliminação dos seus semelhantes.
Dadas determinadas características especiais (que têm a ver sobretudo com o número de países envolvidos e com as consequências em termos de mortalidade), convencionou-se designar apenas por Guerras Mundiais os conflitos bélicos de 1914-1918 e 1939-1945.
Este último terminou, há 64 anos, com a incondicional rendição do Japão, assinada a bordo do encouraçado “USS Missouri”, na Baía de Tóquio, após o lançamento das duas bombas atómicas, sobreHiroshima e Nagasaki, em 6 e 9 de Agosto de 1945, respectivamente.
Estes bombardeamentos atómicos, desencadeados pela Força Aérea dos Estados Unidos da América, foram umas das páginas mais negras e vergonhosas da nossa história colectiva.
As estimativas para o total de vítimas desta guerra não são unânimes, mas a maioria sugere que cerca de 72 milhões de pessoas morreram durante a guerra, ou seja, cerca de 26 milhões de soldados e 46 milhões de civis (nestes se incluem, evidentemente, as vítimas do terrível holocausto).
A bomba atómica, lançada pela 1.ª vez e, até agora, única vez, em contexto real de guerra, tinha o objectivo prioritário de apressar o fim da guerra, já que, por um lado, os americanos eram os únicos a possuir este tipo de armamento e, por outro, teriam muitas dificuldades em levar de vencida, pelos métodos clássicos, esse poderosíssimo inimigo que era o Japão.
Nem os americanos nem ninguém conhecia bem os efeitos catastróficos e irreversíveis de tal arma, quer naqueles que foram vítimas directas, quer naqueles que nasceram depois e continuaram a morrer por causa do lançamento destas bombas.
Assim se compreende que a comunidade internacional tudo tenha feito, e continue a fazer, no sentido de inviabilizar o lançamento deste tipo de armamento e de impedir que apareçam novas potências nucleares. É, sem dúvida, um esforço que se elogia.
O Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares, também conhecido pela sigla CTBT (Comprehensive Nuclear Test Ban Treaty), proíbe quaisquer explosões nucleares, quer para fins militares quer para fins civis. Este Tratado foi assinado em Nova Iorque, no dia 24 de Setembro de 1996, por 71 países, entre os quais se incluem 5 dos 8 estados que possuíam armas nucleares. Felizmente, hoje, o CTBT já foi subscrito por 176 nações e ratificado por 135.
A opinião pública, em geral, sabe que o início da 2.ª Guerra Mundial se deve ao fracasso negocial da Sociedade das Nações, que não foi capaz de evitar a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) nem a ascensão expansionista de Hitler.
Por isso, no fim da Guerra, teve de pensar-se na fundação de uma nova instituição internacional com os mesmos propósitos da SDN, mas com uma maior eficácia. Assim, surgiu a Organização das Nações Unidas, em Junho de 1945, declarando como principais objectivos assegurar a paz e a cooperação a nível internacional.
Fazendo um rápido balanço da acção da ONU, ao longo destas 6 décadas e meia de existência, pode considerar-se bem sucedida na medida em que não houve mais nenhuma guerra mundial, mas, infelizmente, houve muitas em vários pontos do Planeta que continuam a matar, a destruir, a mostrar um homem como um ser muito pouco racional. A terminar, deixo uma crítica que me parece pertinente, o funcionamento muito pouco democrático do Conselho de Segurança que continua a privilegiar 5 países em relação aos demais, garantindo-lhe a permanência ad eternum naquele órgão e o direito de veto.
 

 

publicado por viajandonotempo às 23:01

Setembro 27 2009

LUÍS VAZ DE CAMÕES

 

No dia em que ocorrem mais umas eleições legislativas e em que está em causa o futuro imediato de Portugal, nos próximos anos, que não custa prever serão a continuação de uma conjuntura particularmente difícil, quer em termos nacionais, quer em termos internacionais, acho interessante lembrar uma das mais ilustres figuras da Portugalidade de todos os tempos – LUÍS VAZ DE CAMÕES.

 

 

Luís de Camões é o maior poeta da língua portuguesa de todos os tempos, mas da sua vida pouco se sabe. Começa logo por não se saber, ao certo, quando e onde nasceu. A maior parte dos dados biográficos têm sido retirados da sua riquíssima produção literária. A sua obra consagrada, que levou o nome dos portugueses a todo o mundo, é Os Lusíadas.
Seus pais foram Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo. Luís Vaz de Camões, de seu nome completo, terá nascido por volta do ano 1524 e falecido em 1580. Não se sabe ao certo em que localidade nasceu. Várias são as que reivindicam ter-lhe servido de berço. Fez os estudos literários e filosóficos em Coimbra.
Os dados mais importantes da sua vida têm sido retirados da sua vastíssima obra poética. É através dela que se conhecem os seus amores, a vida boémia e arruaceira que às vezes levava, as alegrias e desvanecimentos por que passava, a pobreza e as inquietações do seu espírito.
A sua passagem por Ceuta, é documentada na elegia Aquela que de amor descomedido. Terá sido nessa cidade portuguesa do Norte de África, que, em combate com os Mouros, perdeu um dos olhos, facto que é referido na Canção Vinde cá, meu tão certo secretário. Regressado a Lisboa, é preso na cadeia do Tronco, em1552, por se ter envolvido numa bulha com um funcionário da Corte. No ano seguinte, saiu, perdoado pelo agredido e pelo Rei, conforme se lê numa carta enviada da Índia, para onde partiu nesse mesmo ano, para se libertar da vida lisboeta, que já não lhe agradava.
Segundo alguns estudiosos, terá sido nessa altura que compôs o primeiro canto de Os Lusíadas. A Índia também não o fez feliz, pois Goa foi para ele uma decepção conforme se pode ver no soneto Cá nesta Babilónia donde mana. Integrou várias expedições militares e, numa delas, no Cabo Guardafui, escreve uma das mais belas canções: Junto desse seco, fero e estéril monte.
Mais tarde, segue para Macau, onde exercerá o cargo de Provedor-Mor de defuntos e ausentes, e escreve, na célebre gruta, hoje com o seu nome, mais seis Cantos do famoso poema épico. No regresso a Goa, naufraga na viagem na Foz do Rio Mecom, mas salva-se, nadando com um braço e erguendo com o outro, acima das ondas, o manuscrito da grande epopeia, facto referido no Canto X. Nesse naufrágio acabaria por morrer a sua “Dinamene”, mulher chinesa por quem se tinha afeiçoado. A esta fatídica morte dedicou os famosos sonetos do ciclo Dinamene, entre os quais se destaca Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste. Na capital do Império Português do Oriente (Goa), sofre traiçoeiras acusações, que motivaram perseguições e duros trabalhos, vindo a encontrá-lo Diogo do Couto em Moçambique, em 1568, «tão pobre que comia de amigos», trabalhando n'Os Lusíadas e no seu Parnaso, «livro de muita erudição, doutrina e filosofia».

 

 

Depois de 16 anos de desterro, regressa a Lisboa (1569), tendo os seus amigos pago as dívidas e comprado o passaporte. Só em 1572, surge a primeira edição de Os Lusíadas. Trata-se como é sabido de uma epopeia em dez cantos, baseada na 1.ª viagem de Vasco da Gama à Índia (descoberta do caminho marítimo para a Índia), que lhe valeu do Rei D. Sebastião, a quem era dedicado, uma tença anual de 15000 réis pelo prazo de três anos e renovado pela última vez em 1582 a favor de sua mãe, que ainda era viva.
Os últimos anos de Luís de Camões foram amargurados pela doença e pela miséria. Diz a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude de um escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte. A verdade é que morreu a 10 de Junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos. Um fidalgo letrado seu amigo mandou inscrever-lhe na campa rasa um epitáfio que diz tudo: «Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu».

 

publicado por viajandonotempo às 11:10

Setembro 17 2009

SEBASTIÃO JOSÉ de CARVALHO e MELO

o 1.º MARQUÊS DE POMBAL

 

O título de Marquês de Pombal foi dado pelo Rei D. José I, no dia 16 de Setembro de 1769, fez ontem precisamente 340 anos, a Sebastião José de Carvalho e Melo contava já 70 anos, pois nascera em Lisboa no dia 13 de Maio de 1699, sendo o mais velho de 12 irmãos.
Até então tinha tido e continuou a ter uma vida cheia de realizações a favor de Portugal e do seu progresso. Tudo terá começado, por volta dos 18 anos, quando ele se reunia com os ilustrados do Reino, na casa de seu tio. Funcionava aí uma verdadeira Academia de Ilustres que discutiam assuntos de carácter político, científico e filosófico.
Aos 24 anos, Sebastião José de Carvalho e Melo, casa com D. Teresa de Noronha e Bourbon Mendonça e Almada, em circunstâncias pouco convencionais, uma vez que raptou a noiva dado ele não era aceite pela família dela, extremamente poderosa. Este casamento permitiu a integração de Sebastião Carvalho e Melo no grupo representante da alta fidalguia portuguesa. Deste casamento não haveria, no entanto, descendência.
Em 1738, Sebastião José de Carvalho e Melo é nomeado como enviado especial a Londres, com as funções de Ministro Plenipotenciário com o objectivo de consolidar a aliança luso-britânica. Seis anos mais tarde, com as mesmas funções é enviado a Viena de Áustria.
Em 1750 D. José inicia o seu reinado e nomeia Sebastião José de Carvalho e Melocomo Secretário dos Negócios Estrangeiros. Era o início da sua participação no Governo de que se iria tornar “rei e senhor” até ao fim do reinado de D. José.
Profundas remodelações da vida administrativa, económica, política, educacional, social e militar vão ser postas em prática pelo Marquês de Pombal que assim implementou em Portugal um regime ditatorial, sem dúvida, mas claramente a favor do desenvolvimento e progresso de Portugal, contra os “velhos do Restelo” do tempo. Foi a este regime político, que também teve algumas similitudes noutros países europeus, que se chamou “despotismo esclarecido”.
Um dos acontecimentos mais trágicos que ocorreu durante o seu “consulado” foi o Terramoto de Lisboa, no dia 1 de Novembro de 1755. Bem se viu, como ele agiu, com “mãos de ferro” na reconstrução da parte mais nobre da capital portuguesa sem aceder às reivindicações de alguma figuras das mais gradas da nobreza portuguesa. Hoje, qualquer pessoa dará razão e terá palavras elogiosas em relação à Lisboa pombalina, a cidade mais moderna da Europa e do Mundo, com ruas largas e a cruzarem umas com as outras em ângulos de 90 graus, casas à prova de cismo e de fogo e com saneamento básico. Verdadeiramente impressionante.
A criação de companhias comerciais e agrícola (das Vinhas do Alto Douro) monopolistas pretendia proteger o mercado português do poderoso concorrente inglês e o processo dos Távoras afastou definitivamente alguns nomes incómodos da alta nobreza portuguesa.
Em nome da modernização do ensino secundário e superior foram perseguidos e extintos os Jesuítas, considerados também em termos políticos demasiado conservadores. Mais tarde seria reformada também a Inquisição.
Em 6 de Junho de 1759, contava então 60 anos de idade, Sebastião José de Carvalho e Melo é agraciado com o título de Conde de Oeiras.
O “consulado” de Pombal chegaria, no entanto, ao fim com a morte de D. José. A sua sucessora, D. Maria I, que não morria de amores pelo Marquês por este não defender a sua sucessão e, conhecedora de alguns excessos de Sebastião Carvalho e Melo, não só o demitiu como fez com que fosse julgado e condenado ao desterro, passando a viver em Pombal onde acabaria por falecer, com quase 83 anos e aí seria enterrado. Só mais tarde os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa.

 

publicado por viajandonotempo às 09:21

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