VIAJANDO NO TEMPO...e no espaço!

Fevereiro 28 2010

 

Recordando AMÁLIA RODRIGUES – “Rainha do Fado”
 
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Ainda em vida, os que mais de perto privaram com ela ter-lhe-ão ouvido várias vezes dizer "não chego ao ano 2000" e acertou em cheio, morreu quase 3 meses antes de começar o ano 2000!
O corpo deixou de viver, mas o seu nome e a sua voz tornaram-se eternos.
O corpo teve honras de “Panteão Nacional” e o seu nome e memória estão bem vivos como ainda recentemente se viu, por ocasião do 10.º aniversário do seu falecimento – 6 de Outubro de 2009!
Televisão, Jornais, Exposições… até uma Rádio, vocacionada só para o fado, nasceu nesse dia em Lisboa. Tudo formas de evocar essa Mulher Portuguesa que tão longe levou a canção tradicional portuguesa que está prestes a tornar-se Património Imaterial da Humanidade.
Um pouco por todo o país é lembrado o nome da “Rainha do fado” – Amália Rodrigues.
A cidade de Leiria (à semelhança de muitas outras terras do País e até fora dele) em 1994, proporcionou à artista assistir pessoalmente à apresentação do Bailado “AMARAMÁLIA”, tendo sido então agraciada em palco pela Câmara Municipal de Leiria no Teatro José Lúcio da Silva.
Na capital, a sua morada mais efectiva foi a casa amarela do nº 193 na Rua de São Bento. Foi aí que Amália Rodrigues viveu mais de meio século. As memórias que guarda ajudam a recordá-la de forma mais intensa. Os grandes ramos de flores que ofereciam à grande Amália continuaram a chegar mesmo depois de ter partido. E, apesar das remodelações entretanto feitas pela Fundação Amália Rodrigues, muito conserva o aspecto que Amália lhe deu.
Amália Rodrigues nasceu em Lisboa, no Bairro de Alcântara, no dia 1 de Julho (data em que fazia questão de festejar o seu aniversário natalício, apesar do registo de nascimento consta o dia 23 de Julho de 1920). Tempo muito difíceis vivia então Portugal acabado de sair da Primeira Guerra Mundial que muitas complicações trouxe à vida política, económica e social portuguesa.
Nove anos mais tarde, inicia a frequência da Escola Primária da Tapada da Ajuda, onde fez a sua instrução primária.
Aos 14 anos, trabalhava como bordadeira, engomadeira e tarefeira. Um ano depois, isto é, com quinze anos, desfilou na Marcha de Alcântara e cantou pela primeira vez, acompanhada à guitarra, numa festa de beneficência.
Aos 18 anos, representando o Bairro de Alcântara participou no Concurso da Primavera. No ano seguinte, início da Segunda Guerra Mundial, estreou-se como fadista no “Retiro da Severa”.
No período final da Guerra, tem a sua 1.ª saída para o estrangeiro. O destino é o Brasil. Previa-se que estivesse lá seis semanas, mas acabou por estar três meses, tendo actuado no Casino de Copacabana (Rio de Janeiro). No Brasil gravaria, em 1945, o primeiro dos 170 discos da sua carreira.
Em 1947, em Portugal, é protagonista no filme «Capas Negras», tendo conseguido bater todos os recordes de exibição (esteve 22 semanas em cartaz no Cinema Condes). No ano seguinte, recebeu o prémio do SNI (Secretariado Nacional de Informação) para a melhor actriz, pelo seu papel em «Fado», um filme de Perdigão Queiroga.
Em 1949, inicia um périplo que a leva a vários continentes, países e regiões do Mundo: Paris e Londres (1949); a África: Moçambique, Angola e Congo (1951); Nova Iorque no La Vie en Rose, ficando 4 meses em cartaz (1952).
Em 1953, Amália é a primeira artista portuguesa a cantar na televisão americana no programa «Eddie Fisher Show». No ano seguinte, edita o primeiro LP nos Estados Unidos. Actua no Mocambo, em Hollywood (955); interpreta a «Canção do Mar» e o «Barco Negro» no filme de Henri Verneuil «Os Amantes do Tejo». Filma no México «Música de Sempre» com Edith Piaf.
Em 1957, estreou-se no Olympia em Paris e começa a cantar em francês. Charles Aznavour escreve para ela «Ai, Mourrir pour Toi».
Em 1961 casou com o engenheiro César Seabra, no Rio de Janeiro, com quem vive até à morte deste em 1997.
Em 1962, lançou o disco «Asas Fechadas» e «Povo que Lavas no Rio» do poeta Pedro Homem de Mello. Em 1966, actuou no Lincoln Center (Nova Iorque) com uma orquestra sinfónica dirigida pelo maestro André Kostelanetz.
Em 1967, recebeu em Cannes, pelas mãos do actor Anthony Quinn, o prémio MIDEM (Disco de Ouro) para o artista que mais discos vendeu no seu país, facto que se repete nos dois anos seguintes, proeza só igualada pelos Beatles.
Em 1970 actuou em Tóquio, Nova Iorque e Roma e recebeu uma alta condecoração francesa. Em 1975, já no Portugal de Abril, regressou ao Olympia em Paris. Em 1976, é editado pela UNESCO o disco «Le Cadeau de la Vie» em que figura ao lado de Maria Callas e de Jonhn Lennon. Em 1977, cantou no Carnegie Hall de Nova Iorque. Em 1985 voltou ao Olympia de Paris e dá o primeiro concerto a solo no Coliseu dos Recreios de Lisboa.
Em 1989 comemorou os 50 anos de carreira com uma exposição no Museu do Teatro em Lisboa.
Em 1990, década em que faleceria, deu dois grandes espectáculos: no Coliseu dos Recreios e no S. Carlos onde, pela primeira vez em dois séculos, se ouviu cantar o fado. Em 1994, actuou pela última vez em público no âmbito de Lisboa, Capital da Cultura. Em 1995, foi operada a um tumor no pulmão e editou o seu último disco «Pela Primeira Vez». Em 1998, foi lançado o disco “O melhor de Amália”, muito aclamado pela crítica internacional. Foi ainda homenageada na “Expo 98”.
Faleceu a 6 de Outubro de 1999, em Lisboa, na sua casa na Rua de S. Bento.
 

CRONOLOGIA DE AMÁLIA RODRIGUES

in http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Amalia%20Rodrigues.htm#Cronologia [disponível em 28-2-2010]

 

 
1920: Nasce em Lisboa no Bairro de Alcântara a 1 de Julho (data escolhida por Amália porque nos registos consta o dia 23). 
1929: Entra na Escola Oficial da Tapada da Ajuda, onde terminará a instrução primária. 
1934: Trabalha como bordadeira, engomadeira e tarefeira. 
1935: Desfila na Marcha de Alcântara e canta pela primeira vez, acompanhada à guitarra, numa festa de beneficência. 
1938: Representando o Bairro de Alcântara participa no Concurso da Primavera. 
1939: Estreia-se como fadista no Retiro da Severa.
1944: A estada no Brasil, prevista para seis semanas, estende-se por três meses. Actua no Casino de Copacabana. 
1945: No Brasil grava os primeiros dos 170 discos (em 78 rotações) da sua carreira. 
1947: É protagonista no filme «Capas Negras», batendo todos os recordes de exibição ( 22 semanas em cartaz no Cinema Condes). 
1948: Recebe o prémio do SNI (Secretariado Nacional de Informação) para a melhor actriz, pelo seu papel em «Fado», filme de Perdigão Queiroga. 
1949: Actua pela primeira vez em Paris e Londres. 
1951: Digressão a África: Moçambique, Angola e Congo. 
1952: Actua pela primeira vez em Nova Iorque no La Vie en Rose, ficando 4 meses em cartaz. Assina contrato com a editora discográfica Valentim de Carvalho, que passa a gravar todos os seus discos. 
1953: É a primeira artista portuguesa a cantar na televisão americana no programa «Eddie Fisher Show». 
1954: Edita o primeiro LP nos Estados Unidos. Actua
no Mocambo, em Hollywood. 
1955: Interpreta a «Canção do Mar» e o «Barco Negro» no filme de Henri Verneuil «Os Amantes do Tejo». Filma no México «Música de Sempre» com Edith Piaf. 
1957: Estreia-se no Olympia em Paris e começa a cantar em francês. Charles Aznavour escreve para ela «Ai, Mourrir pour Toi». 
1961: Casa no Rio de Janeiro com o engenheiro César Seabra com quem vive até à morte deste em 1997. 
1962: Lança o disco «Asas Fechadas» e «Povo que Lavas no Rio» do poeta Pedro Homem de Mello. 
1966: Actua no Lincoln Center (Nova Iorque) com uma orquestra sinfónica dirigida pelo maestro André Kostelanetz. 
1967: Recebe em Cannes, pela mãos do actor Anthony Quinn, o prémio MIDEM (Disco de Ouro) para o artista que mais discos vende no seu país, facto que se repete nos dois anos seguintes, proeza só igualada pelos Beatles. 
1970: Actua em Tóquio, Nova Iorque e Roma e recebe uma alta condecoração francesa. 
1975: Regressa ao Olympia em Paris. 
1976: É editado pela UNESCO o disco «Le Cadeau de la Vie» em que figura ao lado de Maria Callas e de Jonhn Lennon. 
1977: Canta no Carnegie Hall de Nova Iorque. 
1985: Volta a cantar no Olympia de Paris. Dá o primeiro concerto a solo no Coliseu dos Recreios de Lisboa. 
1989: Comemora os 50 anos de carreira com uma exposição no Museu do Teatro em Lisboa. 
1990: Dois grande espectáculos: Coliseu dos Recreios e no S. Carlos onde, pela primeira vez em 200 anos, se ouve cantar o fado. 
1994: Actua pela última vez em público no âmbito de Lisboa, Capital da Cultura. 
1995: É operada a um tumor no pulmão. Edita o seu último disco «Pela Primeira Vez». 
1998: É lançado o disco O melhor de Amália, muito aclamado pela crítica internacional. É homenageada na Expo 98.
1999: A 6 de Outubro morre em Lisboa, na sua casa na Rua de S. Bento.
 
 
publicado por viajandonotempo às 12:26

Fevereiro 14 2010

REFLEXÃO EM DIA DE SÃO VALENTIM...

 

 

Convencionou-se designar o dia de São Valentim por Dia dos Namorados! É mais um dia em que o comércio se anima, com a procura de prendas para os namorados oferecerem entre si. E, por vezes, pouco mais é que isso.
O ideal é que o Dia dos Namorados fosse todos os dias!
Ou que pelo menos todos os dias as pessoas que vivem em comunhão e partilha de tempo, casa, família e sonhos, tentassem viver em harmonia e numa busca constante de paz e bem-estar.
Ou pelo menos, que se respeitassem e não se agredissem, verbal ou fisicamente.
 
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No que toca à história, ou melhor dito, à “lenda” consta que o bispo Valentim não acatou as ordens do imperador Cláudio II, no século III d. C., que tinha proibido o casamento no período das guerras por acreditar que os legionários solteiros eram melhores combatentes que os casados.
Pois S. Valentim, além de continuar a fazer casamentos, ele próprio se terá casado secretamente, sem qualquer respeito pela determinação do imperador. Tendo sido descoberto foi preso e condenado à morte. Durante o período em que se encontrava na prisão, muitas pessoas jovens lhe ofereciam flores acompanhadas de bilhetes onde afirmavam acreditar no amor. Ainda enquanto estava preso, aguardando a execução da pena de morte, Valentim ter-se-á apaixonado pela filha invisual do carcereiro e, sem qualquer outra explicação, senão a de um milagre, fez com que ela tornasse a ver. Antes de ser executado, Valentim deixou uma mensagem de despedida para a sua apaixonada, na qual se assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.
E dessa história terá nascido a ligação de S. Valentim ao romantismo e ao amor!
Infelizmente a realidade quotidiana é menos romântica…
Infelizmente os jornais continuam, quase todos os dias, cheios de notícias que dão conta de violência entre homens e mulheres, pelos mais diversos motivos: passionais, ciúmes, interesses económicos, disputas familiares. As mulheres, por regra, são as vítimas!
No dia em que se assinala a violência exercida contra as mulheres, os meios de comunicação, com toda a sua força persuasiva na opinião pública, vêm recordar os números desse drama, que, infelizmente, ocorre em todas as latitudes e longitudes deste planeta.
Do mesmo modo, as instituições que mais se empenham no combate a este tipo de comportamento criminoso continuam acusar um aumento de todo o tipo de violência contra as mulheres. Se os locais destes crimes, não têm identificação prévia, porque podem suceder em todo o lado, também não podemos dizer que os agressores e as suas vítimas sejam, apenas de um estrato social, não há gente de todos os estatutos sociais, num papel e noutro.
Há 3 anos atrás, em Portugal, o Ministério da Administração Interna divulgou um número assustador, para a dimensão populacional do nosso país: mais de 20 mil crimes relacionados com violência doméstica, o que dá uma média diária superior a 50 destes crimes. Outro dado divulgado pelas autoridades policiais portuguesas, é que os autores destas violências são maioritariamente do sexo masculino, têm 25 anos ou mais anos e, normalmente, são companheiros, namorados, ex-namorados, cônjuges, ex-cônjuges e/ou ex-companheiros das vítimas.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima tem uma rede nacional de 15 Gabinetes de Apoio à Vítima e duas Casas de Abrigo, onde acolhem e apoiam todo o tipo de vítimas que se enquadram neste âmbito de violência, como sejam: maus-tratos físicos e psíquicos; ameaças; coação; difamação e injúrias; violação e outros crimes sexuais; subtracção de menores; violação da obrigação de alimentos; homicídio entre outros.
Dez anos, mais tarde, a 25 de Novembro de 1991, seria iniciada uma campanha a nível mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, coordenado pelo Centro de Liderança Global da Mulher, que propôs 16 dias de luta contra a Violência sobre as Mulheres, que decorreram entre 25 de Novembro desse ano e 10 de Dezembro, que era precisamente a data de aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948.
 Finalmente, em Março de 1999, o 25 de Novembro seria reconhecido pela Organização das Nações Unidas como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
Nesse dia, o Secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, proferiu a seguinte mensagem, que continua plena de sentido:
«A violência contra as mulheres causa enorme sofrimento, deixa marcas nas famílias, afectando as várias gerações, e empobrece as comunidades. Impede que as mulheres realizem as suas potencialidades, limita o crescimento económico e compromete o desenvolvimento. No que se refere à violência contra as mulheres, não há sociedades civilizadas. (...) A luta contra este flagelo exige que abandonemos uma maneira de pensar que é ainda demasiado comum e está demasiado enraizada e adoptemos outra atitude. Que demonstremos, de uma vez por todas que, no que toca à violência contra as mulheres, não há razões para ser tolerante nem justificações toleráveis. (...) Devemos trabalhar juntos para criar um ambiente em que a violência contra as mulheres não seja tolerada».
Somos, naturalmente, contra todo o tipo de violência, física e mental, seja de homens sobre mulheres, de mulheres sobre homens, de polícias sobre os cidadãos, dos pais sobre os filhos e vice-versa e de todos os outros tipos. O Homem como ser racional, deve ser capaz de preferir, em todas as circunstâncias e perante todo o tipo de vicissitudes, a palavra, os valores, o bom senso à violência.
 
Deixo esta reflexão no Dia dos Namorados de 2010!
publicado por viajandonotempo às 22:11

Fevereiro 01 2010

 

A Revolta Republicana de
31 de Janeiro de 1891
 
31dejaneiro.png
Rua 31 de Janeiro no Porto
 
Completaram-se no passado domingo 119 anos sobre a primeira tentativa de implantação da República em Portugal. Foi no coração do Porto, no dia 31 de Janeiro. A evocação desta efeméride assumiu este ano a maior relevância pelo facto de ser o ano do Centenário da República. O programa das Comemorações no Porto foi bastante rico e contou com a presença do chefe de Estado e do Governo.
Os revolucionários do “31 de Janeiro” não conseguiram os seus intentos, mas espalharam a semente revolucionária que havia de germinar 19 anos mais tarde, a 5 de Outubro de 1910.
 No Porto tinha triunfado, 71 anos antes, a Revolução Liberal (24 de Agosto de 1820) e os utópicos republicanos do final de oitocentos achavam que havia de ser na mesma cidade que se teria de hastear também, pela primeira vez, a bandeira republicana. E assim foi, de facto. Por alguns momentos na Praça de D. Pedro (actual Praça da Liberdade), no antigo edifício da Câmara Municipal do Porto esteve içada a bandeira do Partido Republicano, enquanto o Dr. Aves da Veiga (licenciado em Direito na Universidade de Coimbra), uma das figuras mais destacadas do 31 de Janeiro, se dirigia ao povo que ali se concentrara, desde a varanda da fachada principal dos Paços Municipais, proclamando a República e divulgando a constituição do novo governo.
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Praça de D. Pedro, coração da cidade e da tentativa revolucionária, em 31-1-1891 
 
O Governo Provisório da República tinha a seguinte constituição: Rodrigues de Freitas, Joaquim Bernardo Soares, José Maria Correia da Silva, Joaquim Azevedo Albuquerque, José Ventura dos Santos Reis; Licínio Pinto Leite, António Joaquim de Morais Caldas e Alves da Veiga.
A capital do Norte era, efectivamente, um dos centros de maior dinamismo conspirativo contra a Monarquia decadente que juntava, entre outros descontentes, estudantes, militares, jornalistas e juristas.
          Naquela madrugada o Batalhão de Caçadores 9, constituído sobretudo por sargentos (entre o punhado de oficiais que participaram, destacaram-se o capitão Leitão e o alferes Malheiros), dirigiu-se aos antigos Paços do Concelho do Porto (hoje esse edifício não existe, foi demolido para construir a Avenida dos Aliados), aclamando e vitoriando a República. Para além do Dr. Alves da Veiga, tiveram um envolvimento empenhado no movimento revolucionário do Porto, João Chagas, Basílio e Bruno Teles.
Nos primeiros instantes, a vitória parecia estar do lado dos revoltosos, mas entretanto houve uma surpreendente reviravolta. Quando as tropas revolucionárias, constituídas por militares e civis, subiam a Rua de Santo António (actual 31 de Janeiro), para tentarem a aliança da guarda municipal, esta disparou sobre os revoltosos. Estes recuaram e refugiaram-se no edifício da Câmara, mas não conseguiram evitar a derrota. Para ela muito terá contribuído também a transferência, poucos dias antes, de alguns quadros superiores do exército estacionado no Porto para outros quartéis do país. Assim, foi mais fácil à guarda municipal conseguir reagir com eficácia e suster o movimento, acabando por frustrar a tentativa revolucionária. Seguiu-se, naturalmente, a repressão sobre os revoltosos, na sua maioria militares (alguns oficiais, mas muito mais sargentos e soldados) que foram levados para bordo de navios ancorados no porto de Leixões, onde seriam julgados por Conselhos de Guerra e condenados a penas entre 18 meses e 15 anos de prisão mais de duas centenas de pessoas.
A Revolta Republicana da madrugada de 31 de Janeiro de 1891 no Porto foi ainda, e sobretudo, uma reacção da alma patriótica republicana ao humilhante Ultimato Inglês de 11 de Janeiro de 1890. Várias vilas e cidades do País estavam preparadas para aderirem, de imediato, ao movimento e proclamarem a República nos respectivos municípios. Mas, a notícia do fracasso arrefeceu os ânimos e foi preciso esperar quase mais vinte anos para que o sonho republicano se tornasse realidade.
O Directório Republicano em 1891, após a realização de um Congresso do partido a 5, 6 e 7 de Janeiro desse ano, era constituído por:Manuel de Arriaga, Sebastião de Magalhães Lima, Bernardino Pinheiro, Manuel Jacinto Nunes, Francisco Azevedo e Silva, Francisco Homem Cristo e Teófilo Braga. Para a Junta Consultiva do partido foram eleitos:Latino Coelho, Elias Garcia, Rodrigues de Freitas, Zófimo Consiglieri Pedroso, Teixeira de Queirós, Bettencourt Rodrigues e Sousa Brandão.
No dia 30 de Janeiro a comissão revolucionária, no Porto, decidiu avançar com o levantamento das tropas da cidade nas horas seguintes. Quem eram os principais líderes da revolta?Sampaio Bruno, João Chagas, Alves da Veiga, Santos Cardoso, alferesMalheiro, capitãoLeitão, tenenteManuel Maria Coelho[na época], foram os principais responsáveis pela tentativa revolucionária.
Alguns dos heróis do 31 de Janeiro de 1891
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Dr. Alves da Veiga
 
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Capitão Leitão
 
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Alferes Malheiro
 
publicado por viajandonotempo às 09:08

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