VIAJANDO NO TEMPO...e no espaço!

Maio 31 2013

Recordando António Feliciano de Castilho 

Há seis dias, ou seja no dia 25 de maio, completam-se 143 anos sobre o título de Visconde de Castilho, criado pelo rei D. Luís, através do decreto de 25 de maio de 1870, a favor do escritor António Feliciano de Castilho.

António Feliciano de Castilho nasceu em 1800, na cidade de Lisboa. Aos seis anos de idade, devido a uma infeliz doença, ficou cego.

Mas como era dotado de uma memória prodigiosa, mostrou-se precoce no seu talento poético, embora parte do seu êxito se deva a seu irmão, que muito o apoiou. Com apenas 16 anos escreveu o seu primeiro poema “Epicédio na Morte da Augustíssima Senhora D. Maria I”.

Em termos cronológicos, pertenceu à mesma geração de escritores românticos tão importantes como Almeida Garrett e Alexandre Herculano. Apesar de ter sido educado dentro dos cânones do classicismo, acabaria por se enquadrar no mundo romântico e ultra-romântico.

A sua poesia profundamente marcada pelo estilo neoclássico assenta numa temática que se inclui no ultra-romantismo, embora raramente atinja a qualidade de Alexandre Herculano ou de Almeida Garrett.

Aos 18 anos, publicou o seu segundo poema “A Faustíssima Aclamação de S. Majestade o Sr. D. João VI”, em três cantos, que foi muito bem recebido na Corte como já havia acontecido com o seu primeiro poema, dois anos antes, o que poderá ter sido bastante benéfico para si.

Entre a sua obra, vale a pena destacar: “Cartas de Eco a Narciso”, em 1821, que fez com que uma professa de um convento, depois da sua leitura, acabasse por se apaixonar por ele, que com ela se casou em 1834. Mas antes havia publicado: “A Primavera”, 1822; e “Amor e Melancolia”, 1828.

Em 1836, escreveu “A Noite do Castelo” e “A Noite e Os Ciúmes de Bardo”, sendo considerado este último um dos seus melhores poemas.

Em 1841, fundou e dirigiu a Revista Universal Lisbonense, que naquela época teve bastante relevo cultural. Castilho revelou-se também um excelente pedagogo, sobretudo no domínio da instrução popular.

 

«Em 1841, fundou e dirigiu a Revista Universal Lisbonense»

 

Foi nesta altura que se casou pela segunda vez, já que a primeira esposa morreu em 1837, com D. Ana Carlota Xavier Vidal.

Outros títulos da sua valiosa obra são: “Quadros Históricos de Portugal” (1838); “Escavações Poéticas” (1844); “Crónica Certa e Muito Verdadeira da Maria da Fonte” (1846); “Felicidade pela Agricultura” (conjunto de artigos publicados em 1849, no jornal açoriano Agricultor Micaelense); “Camões” (1849); “Tratado da Mnemónica e Tratado da Metrificação Portuguesa” (1851); e “O Outono” (1863).

Em 1865, é alvo de ataque por parte de Antero de Quental, com o opúsculo Bom Senso e Bom Gosto e de vários intelectuais de Coimbra, ficando o caso imortalizado como polémica célebre sob o nome de Questão Coimbrã.

A nova geração de escritores que se lhe opôs tem nomes tão ilustres como os de Teófilo Braga, Malheiro Dias, Luciano Cordeiro, Pinheiro Chagas, Ramalho Ortigão ou Camilo Castelo Branco. Feliciano de Castilho foi também tradutor de poetas latinos e outros. Morreu em 1875. Foi pai de Júlio de Castilho, dramaturgo, arqueólogo, historiador, memorialista e, um dos mais importantes olisipógrafos. Júlio de Castilho foi o 2.º Visconde de Castilho, foi Governador Civil da Horta, Cônsul-Geral de Portugal em Zanzibar, bibliotecário da Biblioteca Nacional e Professor do príncipe real D. Luís Filipe.

 

 

publicado por viajandonotempo às 23:07
Tags:

Maio 2013
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
13
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30


ÍNDICE DESTE BLOG:
arquivos

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Novembro 2022

Setembro 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Tags

todas as tags

pesquisar
 
mais sobre mim
contador
subscrever feeds
blogs SAPO