Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou, desde há 11 anos (2005), o dia 27 de janeiro como o “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto”. A escolha do órgão mais democrático da ONU recaiu nesta data, por ter sido no dia 27 de Janeiro de 1945 que foi libertado o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.
Torna-se importante recordar este episódio da História do século XX para sensibilizar a Humanidade para o respeito que sempre deve existir na preservação dos Direitos Humanos, nomeadamente no que respeita à tolerância e à paz, tão desrespeitadas nos dias que correm.
Vale a pena recordar, ainda que de forma muito breve, a ascensão de alguns regimes ditatoriais na Europa, no período entre as duas guerras mundiais, alguns dos quais levariam ao desencadear da Guerra Civil Espanhola e, logo de seguida, à 2.ª Guerra Mundial. Em 1923, o general Primo de Rivera impôs uma ditadura em Espanha, que, 8 anos mais tarde, teria a reação dos republicanos com o regresso da República, em 1931. Cinco anos depois, a vitória da “Frente Popular” (coligação que agrupava socialistas, comunistas e anarquistas), nas eleições de 1936, provocou a pior reação das forças conservadoras (franquistas), o que levou a uma terrível guerra civil que se prolongou praticamente até ao início da 2.ª Guerra Mundial. Com a ajuda da Itália de Mussolini e da Alemanha de Hitler, o general Francisco Franco instalar-se-ia no poder até à morte, em 1975.
Mal Hitler chegara ao poder, começou a preparar tudo para uma guerra de retaliação contra os Aliados que haviam vencido os alemães há escassos vinte anos. Na sua política militarista e expansionista, rearmou o exército alemão, em 1935 (pondo em causa as decisões do Tratado de Versalhes), ocupou a região da Renânia (1936), anexou a Áustria (março de 1938), reivindicou a anexação da região dos Sudetas (na Checoslováquia, ainda em 1938), celebrou o “Pacto de Aço”, em Maio de 1939, com o amigo Mussolini e em Agosto de 1939, firmou com Estaline o “Pacto Germano-Soviético”. Mas foi a sua invasão da Polónia, forçando a conquista de território que reivindicava, que provocou o início da 2.ª Guerra Mundial.
Quase todo o mundo se viraria contra Hitler e os seus aliados (os países do Eixo: Itália, Alemanha e Japão) e, por isso, era inevitável a sua derrota, que ocorreu em maio de 1945.
Foi neste período da Guerra que se deu o Holocausto, uma vergonhosa e trágica ação de extermínio em massa de mais de seis milhões de judeus. Recorrendo a um plano macabro e claramente violador dos Direitos Humanos, Hitler foi responsável pela morte sistemática de três milhões de homens judeus, de dois milhões de mulheres e de mais de um milhão de crianças.
Os custos da 2.ª Guerra Mundial foram enormes, tanto em perda de vidas humanas como em danos materiais. Relativamente aos custos humanos estimam-se em cerca de 60 milhões as vítimas mortais (muitos mais foram os feridos, os desaparecidos e os mutilados). Esta Guerra foi a 1.ª (e oxalá tenha sido a última) que a Humanidade conheceu que vitimou mais civis do que militares. Para isso muito contribuiu o genocídio provocado pelos nazis sobre os judeus e nos campos de exterminação, que hoje evocamos. Quanto à destruição material, refira-se, a mero título ilustrativo, a destruição de 70% das cidades alemãs, 20% dos edifícios da Jugoslávia, a destruição de grande número de vias de comunicação e transporte e de unidades industriais. Recorreu-se à bomba nuclear. Milhões de pessoas tiveram de abandonar as suas terras e tentar sobreviver noutro lado; esta Guerra deixou um rasto de morte, miséria, fome, destruição e sofrimento.