1581 - 1598
D. Filipe I - "O Prudente"
21 de Março de 1527 (Valhadolid) – 13 de Setembro de 1598 (Escorial)
Casou com D. Maria de Portugal, D. Maria Tudor, D. Isabel de Valois, D. Ana de Áustria
Teve como primeiro cuidado eliminar os focos favoráveis a D. António, sendo o principal o das ilhas dos Açores. Diz-se que, ao mesmo tempo, herdou e conquistou o trono de Portugal, por ter mantido as suas posições com o vigoroso apoio dos soldados espanhóis.
Em Portugal teve bastantes partidários, praticamente todos aqueles que não seguiram D. António. Os Duques de Bragança, muito estranhamente, desinteressaram-se quase totalmente do problema sucessório, pertencendo-lhes o mais legítimo direito, face às leis que regulavam a sucessão real.
Procurou manter a magnificência da corte portuguesa e até se interessou pela resolução favorável de muitos problemas governamentais, tanto em Portugal como nas conquistas portuguesas da América do Sul, da África, da Ásia e da Oceânia.
Criou em Lisboa uma escola profissionalizante a que se deu a designação de Aula do Risco, que começou a funcionar em 1594.
Deu incentivo a alguns estudiosos da História de Portugal, tendo sido publicada grande parte, quase a totalidade do repositório intitulado Monarquia Lusitana.
Era filho de D. Carlos I de Espanha (o imperador Carlos V) e de D. Isabel de Portugal. Apesar de ter casado quatro vezes, nenhuma das cônjuges foi rainha de Portugal, já que todas faleceram antes de ele se tornar rei de Portugal.
1598 - 1621
D. Filipe II - "O Pio"
14 de Abril de 1578 (Madrid) – 31 de Março de 1621 (Escorial)
Casou com D. Margarida de Áustria
Foi piorando cada vez mais o sistema de governação, para o que contribuíram as condições gerais, francamente degradantes. Este soberano era decidido defensor da perseguição aos hereges, mouros e judeus. Designado por “O Pio” devido a ser muito devoto, e por Apático (por alguns historiadores espanhóis), acabam estes dois cognomes por definir a sua personalidade.
No seu tempo foi publicada a terceira compilação de leis portuguesas, feita por iniciativa de D. Filipe I, que vigorou durante longo período e foi conhecida por Ordenações Filipinas.
Os inimigos de Espanha apoderaram-se de diversos pontos que até então tinham estado nas mãos dos portugueses, na América do Sul, na África e no Oriente, tendo-se perdido alguns e recuperado outros pela força das armas.
Podemos recordar as perdas sofridas em Ceilão, na China e no Japão.
No entanto, os corajosos e audazes bandeirantes conseguiram empurrar para muito longe a linha definida no Tratado de Tordesilhas, ocupando o Maranhão e aumentando enormemente a superfície brasileira.
No seu tempo registou-se a publicação de diversos trabalhos literários de grande importância, como as obras de Duarte Nunes Leão, Francisco de Andrade, Fernão Mendes Pinto e outros.
Visitou Portugal no fim do seu reinado, em 1619, e quis assistir aqui a touradas e Autos de Fé.
1621 - 1640
D. Filipe III - "O Grande"
8 de Abril de 1605 (Madrid) – 17 de Setembro de 1665 (Escorial)
Casou com D. Isabel de Bourbon
No seu reinado continuámos a perder diversas cidades, portos e praças de guerra, em diversos pontos do globo. Alguns lugares foram perdidos para sempre, embora outros tenham sido recuperados pela força das armas, como aconteceu em Pernambuco, S. Salvador e outras localidades no Brasil.
Em 1637, houve tumultos no Alentejo contra a política seguida pelo governo de Madrid. Pouco depois, em 1 de Dezembro de 1640, efectuou-se o movimento restaurador da independência e Portugal passou a ter rei próprio, D. João IV, neto da candidata ao trono em 1580, D. Catarina de Bragança.
A revolta da Catalunha, que também lutava pela independência, favoreceu indirectamente a posição portuguesa, pois aliviou a pressão militar exercida contra o nosso País.
Em boa parte, a conjura do 1.º de Dezembro foi feita também para que as nossas forças não fossem combater os revoltosos catalães.
Diversos países europeus andavam então em luta aberta contra a Espanha, na chamada “Guerra dos Trinta Anos”, e também isso nos beneficiou em larga escala.