PARTE DA 9.ª EDIÇÃO FOI DEDICADA AO CONCELHO DE ANSIÃO
Já na 9.ª edição, os “Cadernos de Estudos Leirienses” representam uma iniciativa a todos os títulos louvável, que divulga a nossa história local, regional e nacional com rigor científico, mas sem os “travões” epistemológicos da tutela universitária. Diríamos que se trata de uma história feita para que todos a compreendam bem, mesmo aqueles que nunca se sentaram nas cadeiras de um curso universitário, mas adoram conhecer melhor o nosso passado.
Vem isto a propósito da sessão de lançamento da sua 9.ª edição / setembro de 2016, que ocorreu no dia 17 de setembro último, no Auditório Municipal de Ansião. Não estando esgotado todo o espaço destinado ao público, tinha uma audiência satisfatória em número e muito boa, em termos de interesse, pela temática que ali se tratava.
Com mais de 500 páginas, como vem sendo já habitual nestes “Cadernos”, cerca de metade do seu conteúdo era empregue na divulgação histórica do município de Ansião e daquela região nordestina do distrito de Leiria. Motivo por que o lançamento se fez naquela vila.
O concelho de Ansião regozija-se por evocar, este ano, dois centenários: o 8.º da sua primeira Carta de Aforamento, outorgada pelo Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, precisamente em setembro de 1216; e o 5.º, da entrega da Carta de Foral Manuelino no concelho, que teve lugar no dia 8 de novembro de 1516.
Felizmente, os autarcas de Ansião têm primado por um apoio incondicional à cultura histórica, que se vê, nomeadamente, na imensa bibliografia historiográfica editada e pela conservação e divulgação do Complexo Monumental de Santiago da Guarda.
“Cadernos de Estudos Leirienses 9” tem cerca de dezena e meia de textos sobre a história da região, sob a supervisão científica do Professor Saul Gomes, um docente universitário que gasta parte do seu tempo também na investigação histórica das terras leirienses, de onde é natural. Ora esta dedicação à cultura histórica fora da cátedra não passou despercebida a quem fez o lançamento da revista, que merecidamente a elogiou.
(se quiser saber mais obre o lançamento da revista, siga o seguinte link: http://www.textiverso.com/index.php/news/396-cadernos-de-estudos-leirienses-com-ansiao)
O mesmo se diga, quanto ao editor, Eng.º Carlos Fernandes, que tem a responsabilidade financeira de concretizar um projeto que não pode ter o objetivo do lucro, mas tão só o de contribuir para um melhor co, nhecimento do passado de toda uma região que vai desde as faldas da Serra da Lousã até ao promontório de Peniche. Para o sucesso que têm tido os “Cadernos de Estudos Leirienses” também contribui, naturalmente, a adesão por parte de grande número de investigadores que são estimulados nas suas pesquisas com a garantia da sua publicação.
Uma revista com estas características é muito rara no circuito comercial, pelas dificuldades óbvias que se lhe reconhecem, e por isso normalmente só singra nos meios académicos, nutrida pelos seus fundos financeiros permanentes e garantido o seu conteúdo pela obrigatoriedade dos docentes publicarem o fruto das suas investigações regulares.
É a constatação destas realidades que torna a revista “Cadernos de Estudos Leirienses” ainda mais especial e merecedora do apoio das autarquias, das instituições e do público que se interessa pelo conhecimento das suas raízes.