O último relatório PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que faz uma avaliação comparada dos conhecimentos dos alunos com 15 anos de idade, de vários países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), nas áreas de leitura, matemática e ciências, colocou Portugal na mesma categoria que os Estados Unidos, Suécia, Alemanha, Irlanda, França, Dinamarca, Reino Unido e Hungria.
Apesar da situação crítica que algumas medidas governativas, dos últimos anos, têm provocado no sistema educativo português, a verdade é que os resultados obtidos em quase duas centenas de escolas portuguesas (a grande maioria de ensino público), e divulgados neste tipo de relatórios, mostram uma evolução muito positiva do sistema educativo português, no que respeita ao desempenho dos alunos, analisado de acordo com critérios definidos e validados internacionalmente.
Portugal que nos relatórios anteriores ocupava o fundo da tabela aproximou-se agora da média dos países da OCDE, ultrapassando países tradicionalmente bem melhores, como é o caso de Espanha.
Portugal, na última edição deste relatório, obteve uma classificação de 489 pontos, muito próxima da média da OCDE, que é de 493.
Curioso é o facto dos resultados de Portugal terem sido conseguidos sem sacrificar o equilíbrio dos diferentes níveis de alunos. Não foi necessário haver decrescimento no nível dos melhores para se conseguir melhorar os mais fracos.
Portugal, segundo o relatório PISA 2009, é um dos países onde se registaram progressos mais significativos.
O Relatório Pisa 2009, pela auscultação que fez aos alunos portugueses, permite tirar outras conclusões que são bastante elogiosas para os professores portugueses, a que nem sempre os meios de comunicação deram a devida atenção e/ou fizeram a justa divulgação.
Desse desfecho, deixamos alguns aspectos que nos parecem relevantes:
Mais de 90% dos alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos seus professores; os professores portugueses são os que têm a imagem mais positiva de entre os docentes dos 33 países da OCDE; os professores portugueses estão sempre disponíveis para as ajudas extras aos alunos e mantêm com eles um excelente relacionamento.
Uma classe profissional que ultimamente tem sido alvo de tantas incompreensões deveria ser incentivada, apoiada e reconhecida por todos; o respectivo ministério deveria proporcionar-lhe as melhores condições de trabalho, no que respeita a horários, salas de aula, equipamentos e formação.
Ao conjunto destas evidências acresce uma outra, onde o papel do professor é absolutamente determinante: a inclusão social.
Efectivamente, o Relatório revela-nos ainda que Portugal é o sexto país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, cujo sistema educativo melhor compensa as assimetrias socioeconómicas dos seus alunos.
E, como todos nós sabemos, Portugal é um dos países que apresenta uma das maiores percentagens de alunos carenciados, com tendência a agravar-se; no entanto, muitos destes alunos mostram bons níveis de desempenho no que respeita à leitura.
Isto deve-se, com toda a certeza, aos excelentes profissionais, que são os seus professores, pessoas que, apesar de todas as dificuldades e contrariedades que a administração lhe vai impondo, se dedicam, sempre, de corpo e alma aos seus alunos.
A grande maioria dos alunos inquiridos, considerou os seus professores como profissionais de excelência, sempre disponíveis para ajudar os seus alunos.
É claro que, como em todas as profissões, também os há professores menos qualificados e prestáveis, mas como em tudo a excepção só confirma a regra.