Se fosse vivo, Eusébio faria hoje 72 anos.
Infelizmente, Eusébio foi a enterrar no dia de “Reis”, ele que era considerado o “Rei” do futebol português e mundial.
Eusébio da Silva Ferreira, de seu nome completo nasceu no dia 25 de janeiro de 1942, num bairro da capital moçambicana (então denominada Lourenço Marques). Evidenciando-se desde muito novo como um génio na arte de jogar a bola, veio para Lisboa muito novo já órfão de pai (o seu pai era o angolano Laurindo António da Silva Ferreira falecido em 1950, com apenas 35 anos de idade; e a sua mãe, Elisa Anissabeni), ficando, desde logo, vinculado ao Sport Lisboa e Benfica.
Aos 23 anos, mais concretamente no dia 8 de outubro de 1965, casou com Flora Bruheim, de quem teve duas filhas: Sandra Judite Bruheim da Silva Ferreira e Carla Elisa Bruheim da Silva Ferreira.
Nunca jogou em nenhum grande clube fora de Portugal, tendo contribuído, de forma extraordinária, para a afirmação nacional e internacional do Benfica e da seleção portuguesa.
Eusébio, também conhecido por “O Pantera Negra” ou “A Pérola Negra” marcou mais de 700 golos nas centenas de partidas oficiais em que alinhou. Quase todos os amantes do desporto-rei, com mais de 50 anos de idade, o recordam bem, enquanto atleta porque o viram jogar e o souberam admirar. Quase todos têm certamente uma história para lembrar o grande Eusébio.
Eusébio foi, não há qualquer dúvida, um autêntico embaixador do nome de Portugal, país que sempre transportou com paixão e amor por todos os recintos onde exibiu a sua genialidade.
Chegou a Lisboa em 15 de dezembro de 1960, e logo se registou alguma rivalidade entre os dois principais clubes de Lisboa, Benfica e Sporting, acabando o 1.º por contratá-lo e aí permaneceria 15 anos, ajudando o clube da Luz a conquistar onze Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal e uma Taça dos Campeões Europeus, marcando mais de seis centenas de golos ao seu serviço.
Em todo o mundo era reconhecido como um génio nato para o futebol. Havia países em que a única pessoa de Portugal que conheciam era Eusébio. Mesmo há tanos anos afastado da prática do futebol, o seu nome continuou a ser uma “lenda viva” pelo mundo fora. Televisões e jornais de todo o mundo fizeram manchete no Dia de Reis com notícias acerca da sua morte.
Mas Eusébio era também uma pessoa dotada de excelentes qualidades humanas. Solidário, simples, atencioso e humilde. Facilmente cativava a simpatia das pessoas com quem se relacionava.
O Eusébio era para mim, como para tantos milhares, ou milhões de portugueses, um futebolista e uma pessoa fora de série. Acho que é muito graças a ele que eu e muitos da minha geração gostamos de futebol.
Ele foi mais do que um grande benfiquista, foi um símbolo do futebol português, que sofria muito com as derrotas da nossa seleção. Merecia por tudo isso, como a Amália, repousar no Panteão Nacional!
O corpo de Eusébio da Silva Ferreira ficou em câmara ardente no Estádio da Luz, desde as 17h30m de domingo, 5 de janeiro até 6 de janeiro, ao princípio da tarde, quando se iniciaram as longas cerimónias fúnebres, testemunhadas por muitos milhares de portugueses que quiseram estar com Eusébio até ao fim.
Depois de o cortejo fúnebre ter percorrido várias artérias da Capital e passado pela Câmara de Lisboa seguiu para a Igreja do Seminário no Largo da Luz, onde foi celebrada Missa. O corpo seguiria já de noite e sempre acompanhado por milhares de pessoas para o Cemitério do Lumiar onde foi enterrado.
Morreu num Domingo – dia tradicionalmente dedicado ao futebol – por isso, se registaram minutos de silêncio nos estádios de Portugal e noutros do mundo, como aconteceu, por exemplo, em Inglaterra, mais concretamente no Old Trafford, onde ainda hoje existe uma enorme admiração pelo «Pantera Negra». O início do jogo de Domingo, entre o Manchester United e o Swansea, para a Taça de Inglaterra, ficou marcado por um minuto de aplausos em honra do antigo internacional português, que a Inglaterra nunca mais esqueceu desde o Campeonato Mundial de 1966. Neste último jogo em Old Trafford os adeptos levantaram-se em homenagem a Eusébio, perante uma bandeira portuguesa a meia haste. E a meia haste esteve a Bandeira Nacional em todos os edifícios públicos do país, nos últimos 3 dias, como sinal do luto nacional pela partida dessa pessoa ímpar que foi Eusébio!