Louvados pela seu desempenho em La Lys
O Regimento de Infantaria 14, com sede em Viseu, participou na Batalha de La Lys, que se deu no dia 9 de Abril de 1918, sob o comando do Major Vale de Andrade que ficaria ferido durante o combate. A verdade, porém, é que o Batalhão bateu-se muito bem, tendo retirado com 15 oficiais e 707 praças, tendo apenas como baixas 1 oficial e 66 soldados.
O jornal “A Capital”, do dia 27 de junho de 1918, publica na 1.ª página, vários louvores concedidos a oficiais e praças daquele Regimento, pelo desempenho e coragem que tiveram no campo de batalha naquele fatídico dia.
Assim, foram louvados: o tenente médico António Monteiro Leite e Santos porque «fazendo parte das forças de infantaria 14, em peleja, esteve fazendo curativos na propria linha de fogo durante parte do combate (…) demonstrando coragem, serenidade e zelo»; o alferes Cosme Pereira Lemos porque «demonstrou sempre muita coragem e elevadas qualidades militares combatendo n’um posto e, estando quase cercado, foi o ultimo que o abandonou»; o alferes miliciano Humberto Albanes Lopes d’Oleastro, porque no mesmo combate e «durante tres dias, conseguiu que as suas forças mantivessem o alinhamento na retirada da companhia, em linha de atiradores e marchando em cadencia durante os dias da marcha»; o alferes Abílio Adriano Branco porque «manifestou coragem, de maneira a merecer a admiração dos seus soldados em cujo animo incutiu o cumprimento do dever perante grande perigo»; o alferes António Gonçalves Pires porque «manifestou coragem e altas qualidades de commando incitando as praças do seu pelotão a manterem-se resolutas na frente do inimigo, fazendo com que todos o acompanhassem na perigosissima marcha pela estrada Oxford até estabelecer contacto com as forças em retirada»; o 2.º sargento, Leonídio d’Almeida e Silva, porque «quando lhe ordenaram que estabelecesse com duas ordenanças ligação com um pelotão foi ferido gravemente, tendo a noção completa do seu dever, apesar de tal, mostrando-o bem claramente (…) demonstrando muita coragem e serenidade em todo o combate e dedicação pelos chefes (…)»; o 2.º sargento, José Bernardino Cameira, porque «commandando o 2.º pelotão soube mantel-o, pelo seu exemplo, com a maior firmeza e decisão perante o inimigo que avançava, retirando ordenadamente com este, demonstrando muita coragem e elevados dotes de commando»; o 2.º sargento António Lopes Rodrigues porque «estando convalescente, logo que soube que a companhia marchara para a frente, voluntariamente se incorporou n’ella, assumindo o comando do seu pelotão que não tinha official, demonstrando muita coragem, dedicação pelo serviço e superior aptidão militar»; o 2.º sargento José Marques porque «com muita coragem e qualidades excepcionaes de commando, mandou um pelotão no avanço perigosissimo pela estrada de Oxford até estabelecer ligação com as forças em retirada, não se poupando ao perigo e animando os seus soldados com o seu exemplo»; o 1.º cabo, Guilherme Afonso porque «commandando uma secção soube manter e levantar o moral dos homens que commandava e exortando-os ao cumprimento do seu dever e porque tendo sido feridas algumas praças (…) voluntariamente as foi buscar, apesar do perigo, demonstrando dotes de commando»; o soldado António Rodrigues dos Santos porque «occupando o reducto perto do qual já se encontrava o inimigo, foi com a auctorisação do commandante do seu pelotão salvar um seu camarada de uma morte certa, fazendo-o conduzir até ao posto de soccorros, revelando coragem e altruísmo»; e o soldado José de Carvalho porque «apezar de ter sido ferido (…) manteve-se ao lado dos camaradas até à noite, baixando então ao hospital, demonstrando assim muita coragem e abnegação».